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A atmosfera na manhã de hoje, 04 de abril de 2018, está diferente dos demais dias... Sinto o clima de expectativa da nação referente aos fatos que se seguiram após as manifestações eclodidas em todo Brasil ontem à noite.
O povo foi às ruas. Em post no Twitter, general Villas Boas questionou: “Quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?” Isso foi um verdadeiro ultimato ao STF.
A manhã de hoje lembra-me 12 de
julho de 1998. Você pode está se perguntando o porquê desse dia
especificamente. Eu respondo, pela carga dramática e importância diante do
anseio da nação. Caso você não lembre refiro-me a manhã que antecedeu a decisão
da Copa do Mundo de Futebol na França. Ronaldo estava fora da escalação de
Zagallo, divulgada 72 minutos antes da partida. Meia hora mais tarde, seu nome
surgiu na lista dos jogadores convocados. Isso foi suficiente para 180 milhões
de brasileiros caírem no desespero. O resultado disso, você já sabe. Uma
tragédia nacional. França 3 x 0 Brasil.
Caro leitor, você pode está
franzindo a testa à procura da semelhança entre essas duas manhãs, mas já lhe
explico. Essas duas manhãs inusitadas falam mais sobre o nossa identidade de
nação que o senso comum pode averiguar. Política e futebol. Além de pertencerem
ao ditado popular, que diz são assuntos indiscutíveis junto com a religião,
quais semelhanças existem?
Em 1998 éramos o país do
Ronaldinho e da Seleção Brasileira. Hoje, somos o país do juiz Sérgio Moro e da
Lava Jato. Nosso craque de hoje desfila seu talento nos autos processuais e não
nos gramados. Os filmes e literaturas mais consumidos que enredam e alimentam o
imaginário do brasileiro tem a política e o combate à corrupção como temas
principais. Como exemplo disso vemos o best-seller Lava-Jato
– Os bastidores da operação que abalou o Brasil, de Vladimir Neto ,como
também, o filme "Polícia
Federal - A lei é para todos", de Marcelo Antunez, que foi a maior
bilheteria nacional de 2017, com 1,2 milhão de ingressos vendidos. A série “O
Mecanismo” do brasileiro José Padilha, foi inspirada nos desdobramentos da
Operação Lava Jato, estreou no catálogo da Netflix com sucesso imediato.
Os processos serão pautados para
a sessão desta quarta-feira e será transmitida ao vivo pela TV Justiça, Rádio
Justiça e no canal do STF no YouTube. Uma cobertura equivalente a um grande
acontecimento mundial, você não acha?. Mas o que chama atenção é o estado de
espírito do brasileiro. E às 14h o Brasil vai parar! A atenção, hora data ao
futebol, agora pertence aos anseios do rumo político do país.
Ainda somos a pátria de chuteiras. Mas a tragédia nacional, hoje, não é
mais perder o título de uma copa do mundo, como foi em 98 e 2014. A tragédia
nacional é a confirmação da possibilidade de deixar impunes aqueles que
saqueiam e saquearam os cofres públicos. O povo está agitado, tenso e mostrou nas
ruas de todo Brasil, ontem, o verdadeiro intento popular. O clamor da nação já
não é mais para gritar “gooool do Brasil”! A nação clama por justiça e pelo
combate à corrupção. Eis a nova paixão nacional: Lula na cadeia! Esse será o
nosso maior gol de placa. E viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!